Uniram os corpos contra os corpos
No silêncio das noites ventosas e geladas.
A chama que se ergueu por entre escombros
Era um grito de esperanças enjauladas
Na nostalgia que teimou em florescer,
Por uma noite, breves horas encantadas,
Foi o espanto de quem quis adormecer
Nos olhos de duas vidas mutiladas
E nas areias que teimam em se mover
Há sempre mil palavras amordaçadas.
Manuel F. C. Almeida