Estanquei em face das palavras, atingido
Pelo significado das frases que dançavam
Diante do olhar e se perfilavam como um todo.
Um conjunto silencioso que ecoava em mim
E me deixava estarrecido. Já nada tinha sentido
Nem o corpo que se chegava ao meu, nem eu ao dela.
Não sentíamos partituras, ou vontade de as ler
Vestimos então o manto do tédio, que caiu sobre nós
Fundindo o tempo e os sentidos e nem o frio
Se fazia sentir. Era um manto de Outono
Sem chama ou canto de encantos.
E assim pintámos os dias e os anos
No adiar silencioso da vida
Onde já nada não faz sentido
E o medo nos impede de mover.
Manuel F. C. Almeida
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