De que te vale a vida se não vives?
Matas-te a trabalhar
e a cuidar de estar vivo para quê?
Todos os dias repetes os mesmos gestos
Sem alegria e apenas para
Sobreviver mais um dia merdoso,
Na esperança que tudo chegue ao
Momento de a vida ter sentido,
Vais jogando em apostas estéreis e falaciosas
Sonhando com o eldorado que te prometem
Os que com esse dinheiro já lá estão.
Arrastas-te para hipotecar a vida numa casa
Oi num carro para fazeres de ti
Prisioneiro do jogo dos bancos.
E arregimentas-te numa organização qualquer
Que te promete dias melhores…sempre a trabalhar.
Tens uma, duas, três, quatro
Ou mais relações a quem prometes amar
E que te prometem amar até que o tédio
Te cai nos braços e tu noutros braços
Para que o ciclo se repita
Todos te amam muito, tanto… que preferem
Ver-te morto a ser feliz na cama de outro alguém.
Depois vêm as doenças de que nunca te curam
Apenas te vão tratando para que
Não te sares e o teu salário sirva os
Que vivem das tuas maleitas,
E continuas pé ante pé neste
Circo maldito em que vives sem dar conta
Que já não vives, apenas esperas
Obediente o momento de morrer.
Finalmente és uma
pessoa boa, honesta, trabalhadora,
Nada fizeste de importante, nada fizeste para a tua
Felicidade, mas deixaste um legado
Ao mundo… um ou mais filhos
Que irão continuar a jogar este jogo
E se tudo começou num momento de prazer e luxuria
Porque razão tem de acabar num
Momento de agonia?
Que se foda a vida, que se fodam as pessoas
Que se foda isto tudo porque nada faz sentido.
A liberdade é uma quimera e tu odeias ser livre
Odeias tanto que vais adicionando algemas e grilhetas
Com a máscara do socialmente aceitável
E se contas isto ao mundo olham-te como louco
Escarram à tua passagem e se puderem
Apagam-te das suas vidas e tu sabes que só nesse
Dia serás tu, feliz como és e pronto para viver.
Manuel F. C. Almeida
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