domingo, novembro 28, 2021


 









Em frente a nós a mesa

A mesa onde iriamos almoçar

De olhos vendados

De costas para a realidade

E restavam os gestos vazios

De sentido, como tudo o resto.

Mentalmente percorri o espaço

E questionei-te sobre o caminho

Mantiveste a venda e respondeste

Que o caminho não importa

Que o importante era parecer

Que importava. O silencio voltou a cair-nos aos pés.

O empregado serviu a refeição

E de olhos vendados

Continuámos a fazer crer

Que existia um caminho

Quando na verdade era o abismo

Que nos esperava.

 

 

Manuel F. C. Almeida


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