terça-feira, agosto 23, 2016













Não gosto de me sentir
Enjaulado!
Quer por pessoas
hinos ou bandeiras
Que o mundo nasceu
Sem fronteiras
E sem elas
Foi herdado.
Gosto de cheirar
Poesia!
Livre e sempre
apaixonado,
Pra poder amar a vida,
Ficar com ela
Espantado.
Desejar sempre
Quem queira                                             
Sem me sentir
Enjaulado,
Que ao nascer
Fui dado ao mundo
Para ser livre
E não culpado.



Manuel Almeida

quarta-feira, agosto 17, 2016



























Nunca esqueças
Aquelas horas
Em que fomos livres
Nem os trilhos que
Se foram desbravando
E que pé ante pé
Se foram construindo
Despontando como

Flores, algures no tempo
E no espaço, numa linha
Desenhada por nós de olhos

Bem fechados e
Sentidos despertos,
Numa aventura nossa
Onde toda a paisagem
Existente é o jardim
Do nosso existir
E de que só nós
Sabemos a cor.



Manuel F. C. Almeida


quarta-feira, julho 27, 2016






















Entre silêncios de ouro

Me encontro.

Um de tempo e areia que

Consome em vida

Outro de sonhos e ventos

Que me trazem esperança.



Em ambos habito e resgato

A vontade e a memória,

Dos tempos em que os teus

Passos se faziam leves e me

Pintavam o horizonte com

As cores do arco-íris

Numa partitura de corpos

Que se celebravam comum.





Manuel F. C. Almeida

quarta-feira, julho 20, 2016

























Descem sobre nós as sombras
Das palavras ditas em silêncio.
Desenhadas nas gotas de sal
Que nunca nos caem da face
Sorrimos, mascarando a alma
E dando brilho ao olhar
Como uma tela onde todas as cores
Se revelam secretamente vivas
E continuamos como um poema
Entre beijos e abraços coloridos
Entre desejos e sentidos simples
Com palavras esculpidas no tempo
E com pétalas que se soltam
Ao sabor do vento
E se transformam em flor
No encontro proibido dos corpos


Manuel F. C. Almeida

terça-feira, julho 12, 2016





















Escrevo sobre uma tela de flores
Jardim perdido na memória
Tingido pelo sangue da história
No desejo secular de mil amores
Escrevo sobre mim e isso basta
Porque em mim tudo acontece devagar
E até o tempo do verbo amar
Em mim é tempo que se gasta
Escrevo sobre a miragem do deserto
A miragem que caminha a nosso lado
Que faz da nossa vida apenas fado
Com poemas de vida sempre em aberto

Escrevo sobre a vida que escolhemos
Ou antes que nos levam a escolher
Nos dias de ilusão em que o viver
É um espelho do que não queremos,



Manuel F. C. Almeida

sexta-feira, julho 01, 2016






















Se a sombra se projecta
No branco dos tecidos
É a luz que penetra
No enlace dos corpos
E na ânsia dos desejos
Há muito adormecidos

Manuel F. C. Almeida

terça-feira, junho 21, 2016



















Mil fragmentos
Mil momentos
Mil sonhos em pedaços
Mil esgares de palhaços
Em mil espelhos de luz
Numa imagem repetida
Desse corpo que se entrega
À luxúria da refrega
Na intensidade da vida

Manuel F. C. Almeida