foto by Carlos Carpier
- E que lhe interessava isso? Ele não pediu a ninguém para o procurar se o fizeram e fazem é por curiosidade e como ele dizia por egoísmo.
- Egoísmo? Eu desde que o caso sucedeu que sinto necessidade de obter respostas, tinha-me por amigo dele, nunca me conformei com o vazio.
- Ele sabia que você viria um dia, sempre me disse isso. Descrevia-o como um bom amigo, alguém em quem se pode confiar. Por isso confidenciou-me uma coisa.
Acto contínuo dirigiu-se ao armário e retirou um livro. “ A Critica da Razão Pura”. Kant, o sistema, o método. O livro tinha uma capa dupla, bonita, protegida. Rapidamente rasgou a capa e na sua mão surgiu uma carta. Era endereçada à minha pessoa.
- Esperei que viesse tal como o Rodrigo me pediu. Disse sempre que viria. – Disse ao mesmo tempo que me estendia a carta.
- Porque não a entregou à polícia? – Perguntei.
- Porque o Rodrigo desejava que fosse entregue a si quando viesse, não gostava de polícias nem de autoridade em geral. Costumava dizer que a autoridade reconhece-se não se impõe. e que não é pelo facto de alguém usar uma farda que ele reconhece-se nesse alguém, qualquer tipo de autoridade.
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