sexta-feira, julho 01, 2016






















Se a sombra se projecta
No branco dos tecidos
É a luz que penetra
No enlace dos corpos
E na ânsia dos desejos
Há muito adormecidos

Manuel F. C. Almeida

terça-feira, junho 21, 2016



















Mil fragmentos
Mil momentos
Mil sonhos em pedaços
Mil esgares de palhaços
Em mil espelhos de luz
Numa imagem repetida
Desse corpo que se entrega
À luxúria da refrega
Na intensidade da vida

Manuel F. C. Almeida

segunda-feira, junho 13, 2016


















Bebo a vida no olhar
A vida que acontece
Sem parar
Num corpo que já esmorece
Numa alma sem brilhar.

Bebo a vida com as mãos
Moldo-a como se terra fosse
Num instante melancólico
De silencio interior,
De saudade e lágrimas
De cristal incolor.

Bebo a vida no desejo
De encontrar o que perdi
A alegria de ver
Naquela criança que ri
O olhar de quem
Espantado
Se cruza comigo
E sorri.

Bebo a vida com o corpo
Que abraço todos os dias
Como se fossem estrelas
Que se deixam agarrar
Nos olhos de quem acredita
Que estar vivo
É Mudar.

Manuel Almeida

terça-feira, junho 07, 2016
















Para o meu epitáfio:

Foi apenas
Um Homem simples
Entre Homens
Que procurou sem
Moralidade
Amar acima de tudo
A vida e a
Liberdade.


Manuel F. C. Almeida

terça-feira, maio 31, 2016

















Rasgo a carne e o desejo
Em poemas a nascer
E sinto que a vida se renova
Em cada verso a escrever
Nos cantos saídos da alma
Na volúpia de te ter
Nas agruras desta vida
Em que o sonhar é querer
Sentir o desejo dos corpos
No tumulto de viver.


Manuel F. C. Almeida

quarta-feira, maio 18, 2016




















O tempo vive no vento
Que todos os dias me embala
Um vento que nunca se acalma
Um vento que nunca se cala
Um vento que libertou
Os meus sonhos
E se fez livre no tempo
Que cavalgou tempestades
E que se recusa morrer
No tédio de todas as tardes
Em que me julgo viver

Manuel F. C. Almeida

sábado, maio 07, 2016





















Só de amor e corpos me
Alimento
A vida impele-me para
Os braços que me afagam
E me tomam no sonho
Eterno da existência
Mas a mesma vida
Desafia o tempo
E abre caminhos
Por entre florestas
De corpos e faces.
E no prado junto
Às florestas
Eu sinto ser eu
E anseio pelo
Caminho a desbravar.

Caminho sem medo
Sem culpa e sem máscara
Para abraçar a floresta.



Manuel F. C. Almeida

sábado, abril 23, 2016
















Foram os teus dedos
Que acordaram
O silencio em
Que o corpo dormia
E do sonho,
Em delírio,
Celebrámos os corpos
E esculpimos
O paraíso.


Manuel F. C. Almeida