Bebo a vida no olhar
A vida que acontece
Sem parar
Num corpo que já esmorece
Numa alma sem brilhar.
Bebo a vida com as mãos
Moldo-a como se terra fosse
Num instante melancólico
De silencio interior,
De saudade e lágrimas
De cristal incolor.
Bebo a vida no desejo
De encontrar o que perdi
A alegria de ver
Naquela criança que ri
O olhar de quem
Espantado
Se cruza comigo
E sorri.
Bebo a vida com o corpo
Que abraço todos os dias
Como se fossem estrelas
Que se deixam agarrar
Nos olhos de quem acredita
Que estar vivo
É Mudar.
Manuel Almeida
Sem comentários:
Enviar um comentário