quarta-feira, dezembro 27, 2017
















Porque teimam em apontar
Caminhos
E dizer que tudo tem um
Sentido
Quando aos meus olhos tudo
É vazio
E apenas o tempo lhes trás
Harmonia
E nem assim é possível fugir
À incerteza
Dos dias previsíveis e frios
De uma existência
Por acaso.

Só ao recordar encontro
Um sentido caótico,
Um vórtice que tudo suga,
As mulheres que passaram,
Os amigos que partiram,
Os familiares que se foram.
E resta-me arrumar o presente
Numa caixa onde a vida
Se ausenta
E me rendo à inevitabilidade
Da morte
Talvez o único sentido da vida.


Manuel F. C. Almeida

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