ELEGIA
Eu queria fechar as palavras
Numa caixa de incensos e mirra
Entre a noite e a madrugada
Que teima em se despir
Num sorriso de luxúria.
Abro os olhos e nada vejo
Sinto apenas o abandono
De um sonho errado.
Como se fora uma asa de vento
À espera de encontrar um local
Onde pousar.
E vejo sorrisos que o nunca foram
Ouço palavras em que não creio
E no reacender da vida
Olho para trás e parto sem receio
Deixo para trás as palavras
Escritas em livros que já não
Leio
Manuel F. C. Almeida
1 comentário:
Adorei este poema. Abraço, amigo.
Irene Alves
Enviar um comentário