sexta-feira, novembro 14, 2014


















POEMA DE UM AMOR TRISTE


Este frio de Outono, esta chuva que anuncia
Os dias tristes e pequenos em que vivemos
Traz-me á memória os sons de um corpo
Que não conheci. E com eles uma canção
Que se esbate no rochedo da minha existência
E se espraia pela alma como uma nuvem sem
Esperança e sem futuro.
Uma canção feita de letras mascaradas,
Letras que magoam não pelo que dizem, mas
Pelo que não dizem, pelo que ficou no ar, suspenso
Num tempo matizado de cinzento.
E no meio de tudo, que se salvem as flores.
Aquelas flores que simbolizam as mãos
Estendidas e o crescer de pontes entre mundos.


Manuel F. C. Almeida

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