Eu pertenço a um outro país que não o vosso, a um outro quarteirão, a uma outra solidão LÈO FERRÉ
quinta-feira, dezembro 22, 2011
Teu nome, guardei-o a sete chaves
Numa caixa dourada nas folhas de
Um velho caderno, que cheire a papel
Quando o voltar a ler.
Nada mais que memórias, confronto
E um rasto de inutilidade nunca
Resolvida.
Sem palavras ou sem olhares
Transformámos a amizade em algo
Externo à nossa vivencia
E nem do toque dos lábios
Ou das letras do nome nos recordamos.
Quem não sabe resolver o passado
Raramente resolve o futuro.
Toda a existência passa então a ser
Uma presença no deserto
Um grito reprimido no peito
Um sentir de não sentir
Um arrastar miserável da existência
Por caminhos sempre incógnitos.
O teu nome, guardei-o a sete chaves
Numa caixa dourada nas folhas de
Um velho papel que o tempo vai
Consumir.
Porque o tempo tudo limpa, e tudo lava
Só não pode tratar os muros
Erguidos pela memória.
Manuel F. C. Almeida
foto: Ana Alba Luna
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5 comentários:
Adorei o poema que ilustra a minha imagem, obrigada, :)
Grande abraço!
Alba Luna
Wonderful, poetic blog. Delicious use og light in photos. Wish you happy Christmas-time.
O tempo nem tudo lava e nem tudo leva!... Vezes há que mais cedo leva quem sempre o Amor guardou do que leva o Amor que guardado entre as páginas da vida ficou!...
Feliz Natividade
Feliz Natal para si e para todos os seus e todos os que lhe são queridos
Abraço
Desejo-te um Feliz Natal com tudo aquilo que mais desejares.
Rute
a todos os que me leram e ta,bém se leram...o meu muito obrigado
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