Hoje não me apetece escrever. Não tenho temas nem ideias. O verão fode-me os neurónios todos e deixo-me levar pelo desejo pornográfico de me esticar na praia a ver todo o coname bom que vai passando. O meu filho acha-me um perigoso tarado. Teme pela minha saúde mental, especialmente quando lhe digo que o verão é convite ao sexo desenfreado e selvagem, ou quando o alerto para a necessidade de abandonar as pivias e se dedicar a usar o talo de forma digna e bem mais prazenteira. A merda do trabalho tira-me a vontade de viver. Gente e mais gente a foder-me a tola. Gente que se leva a sério, que teima em tentar ensinar-me como se vive. Como eles vivem claro. Vidinhas reles, cinzentas e hipócritas. Levam-se a sério, convenceram-se de que fazem coisas importantes e que é esse o nosso papel neste mundo fétido e podre. Do alto do seu oco saber, apregoam morais feitas de papel e comportamentos socialmente aceites. Eu finjo todos os dias ser um pouco como eles e um pouco como eu. Ou seja todos os dias me fodo um pouco mais. Faço de mim uma puta. É essa a medida exacta do que sou. Puta. Infelizmente nem sou uma puta daquelas que ganham dinheiro a vender a cona a quem mais der. Não, eu sou uma puta social. Vendo a merda da imagem num mundo cheio de gente sem alma e sem tusa. Vendo o “ser”. Aspiro, como todos os merdas deste mundo que se prostituíram de forma consciente, ao dia em que dignidade se sobreponha á ditadura social em que mergulhei. Até lá a verdade é que não me apetece escrever. Até esta merda de escrever a usar correctores, se transformou numa ditadura educacional filha da puta. Cada palavrão lá está o vermelho por baixo a dizer-me que estou a violar as regras. Ainda assim o broche lá se vai safando por via de ser usado nas lapelas das gajas. Agora minetadas, canzanadas ou uma palavra tão simples como foda, são de imediato assinaladas. Este mundo é um logro, milhares de incapacitados mentais teimam em acreditar que “um dia vão ser felizes”. Puta que os pariu. Ainda nem viram que a única felicidade a que os deixam aceder é à Morte. Porque digam o que disserem um tipo que começa a trabalhar com 17 anos, e só lhe permitem que se reforme aos 65 nunca pode ser feliz. Porque quando se reformar nem vontade tem para foder, nem as gajas boas querem foder com ele, porque e antecipo já a vossa merdelosa conclusão, para mim a felicidade passa muito pela foda. e assim com 60 e tal anos o escravo que foi contenta-se em bater ocasionalmente uma punheta e a frequentar umas massagistas no único prato q`uesta merda de processador de texto não censura: o broche. Aliás aconselho vivamente o vídeo no youtube que da pelo titulo de “brochin” com o João de César Monteiro. Uma pérola e um filho da puta de velho que nunca se vendeu a cabtão nenhum. Pelo contrario chulou uns bons milhares a gozar com a maralha toda e ainda teve a coragem de dizer:- eu quero que os portugueses se fodam. Grande homem este João, dos poucos felizes a vida inteira. Devo dizer que o invejo, é que de verão lá estava ele no príncipe real a convidar as miúdas que passavam a massajar-lhe o caralho. Gostem ou não do homem a verdade é que ele sempre se esteve cagando para todos nós.
Manuel F. C. Almeida
7 comentários:
Porra!...saguinho!...
Olhe lá, gostei do que li, apesar
de ser pesado,é que já passei dos quarenta.
a.m.
para quem não tem nada para dizer disse tudo com a música a conDizer...
Foi só começar, o resto veio a seguir. Gostei do registo diferente.
Ó Manel!!!!!
Todos os caminhos vão dar ao sexo?!
Todos?!
Não retiras prazer de viver com mais nada?!
Não acredito!
Mas o puto tem uma certa razão!
E tu estás num daqueles teus estados de exaltação mistica!
Beijos
(é beijos mesmo!)
Ainda bem que não te apetecia escrever. Quando não te apetece escrever, ficas mais parecido com o Manel que eu conheço, do que quando escreves os poemas lânguidos e certinhos, de métrica alinhadinha e vocabulário bem comportado.
Um grande abraço
inspiradissimo no seu momentaneo desiteresse pela escrita. E que grandes verdades disse neste texto de linguagem vernaculo/gil vicentina.
Gostei. No fundo, todos nós temos que ser, a certas alturas.putas sociais. Vendend uma imagem exterior que nem sempre coincide com a nossa verdadeira essencia nem com o que pretendemos da vida. Mas o viver em sociedade assim o exige.
Ainda bem......que ja passei essa fase e a deixei para trás ha muitos anos.
Agora vivo na Paz de um paraiso onde espero morrer um dia (sem planos para o futuro e vivendo intensamente o presente......todos os dias) e onde aprendo todos os dias a olhar para as coisas que me rodeiam com olhares diferentes.
um abraço
Zica
E é mesmo assim!
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