foto by: Padroense
Olhei para a Elouise. Era maravilhosa. Livre e nada hipócrita. Uma senhora, noutra situação seria interessante aproximar-me dela. Mas com o espírito cheio de outra pessoa seria infame da minha parte. Ninguém merece isso. Ser uma muleta que se abandona depois de nos curar-mos. Eram estes os meus valores. A honestidade intelectual face aos outros. Muito kantiano, diriam alguns, conservador, diriam outros, poucos descortinariam na minha atitude um profundo amor pelos outros e por aquilo que são. E um profundo respeito por mim mesmo.
Mais uma vez fui interrompido nas minhas cogitações.
- Então! O peixe está bom? – Perguntou a Isabel.
- Delicioso – respondi
- está muito calado, parece que não aprecia a nossa companhia disse a Elouise.
- não pense assim, eu sou mesmo calado. Já fui diferente mas aprendi a viver dentro de mim. Não gosto de incomodar os outros com banalidades ou pensamentos meus. Vivo num mosteiro que é o meu “eu”.
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