quinta-feira, abril 12, 2007



foto Alvaro Ennes

- aqui está a estante do Rodrigo. Conservei tudo intacto. – disse a Isabel.
- isso é fantástico. Posso dar uma vista de olhos?
- claro, esta manhã estamos a preparar o relatório pra te apresentar à tarde, por isso fica à vontade.
Foi o que quis ouvir. Ela agarrou numa pasta e saiu deixando-me só. Abri a estante e comecei a ver os livros que tinha. Fernando Pessoa, A. O’Neil, Florbela espanca, Mário de Sá carneiro, Al Berto, o rapaz tinha muita poesia. Noutro local obras de agostinho da silva, Kant, proudon, Sartre, Freud e outros filósofos. Ainda tinha dezenas de livros técnicos e alguns romances. Achei curioso um facto os romances presentes eram todos obras especias. Trópico de câncer, o velho e o mar, 1984, o ano da morte de Ricardo reis, escuta Zé ninguém, as vinhas da ira, os grandes mestre, a náusea, a peste e muitos outros. E o mais curioso, toda a obra de cortomaltese. O rapaz era um libertário, esta palavra nova que pretende designar os anarquistas. Na verdade com a massificarão do valor negativo dado ao conceito “ anarquia” o movimento teve de tentar fugir às garras desta sociedade. Assim criou o conceito de libertário. Inatacável em termos semânticos.

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