Eu pertenço a um outro país que não o vosso, a um outro quarteirão, a uma outra solidão LÈO FERRÉ
sexta-feira, abril 11, 2014
Todos temos um local onde
Morar
As ruelas ficam escuras de tanto
Andar
E nunca sabemos o que podemos
Esperar
Um sinal
Uma luz
Uma estrada
Por desbravar
Talvez apenas o tédio
De parecer estar
Sem nunca estar
A vida é breve e sabemos
Que no mundo há sempre
Um local para sonhar
Por mim esperarei…
Até o reencontrar.
Manuel F. C. Almeida
sábado, abril 05, 2014
Percorri todos os cantos desse corpo
Em momentos que se perdem no esquecimento.
Entre o olhar e a distância,
A noite é filha do vento.
Fecho os olhos, e ali estás.
Adormeço só, num sono lento,
E quando chegas nem a mão estendes
Sou apenas só, um teu qualquer momento
Percorri todos os cantos desse corpo
Perdido que fui algures no tempo.
Manuel F. C. Almeida
domingo, março 30, 2014
segunda-feira, março 24, 2014
quarta-feira, março 19, 2014
( feito a partir da musica, Não da letra, " o cio da terra" Milton Nascimento e Chico Buarque .
No calor do estio,
Recordar o inverno
Frio.
Entregar o corpo
Ao sol do
Verão…
E erguer ao alto
A mão.
Na tela pintar,
O sonho de viver
A cantar.
Ler o poema
Parido na
Dor…
Colori-lo de
Amor
Parar o olhar,
Num corpo de mulher
A dançar.
Dança de ventre
Com cio de
Querer…
Um momento
Qualquer.
Manuel F. C. Almeida
quarta-feira, março 12, 2014
sexta-feira, março 07, 2014
(pintura Salvador Dali)
"Resurrection of the Flesh"
"Resurrection of the Flesh"
Nesta estrada
Desenhada no centro da alma
Caminho como um louco
E nem o som dos meus passos
Se ouve
No âmago do meu ser
Irrompem vulcões
E a lava estende-se
Como um tapete
De silêncios
E corpos amalgamados
Pelo tempo
E sigo o caminho
Porque o tempo não
Se pode apagar
E ao longe há um monte
De corpos destroçados
Pela ilusória imagem
De futuro.
Manuel F. C. Almeida
sábado, março 01, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Nunca escrevo poemas de despedida
Porque todos os poemas são lugares
De chegada e de partida
Lamentos de almas que se quedam sós
Palavras e rimas que desatam
Nós
Nunca escrevo poemas de despedida
Porque as palavras nunca dançam sozinhas
E porque as frases são espelhos de vida
Retratos fixados nas linhas do tempo
Momentos parados, gritos de
Lamento
Nunca escrevo poemas de despedida
Mas todos os dias, desenho em poemas
O caminho, ignorado, da inevitável partida.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, fevereiro 18, 2014
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Na mesa, o lugar
Do afeto e do prazer
O teu corpo encantado
Ergue-se numa dança
Imortal,
Há séculos repetida
Na solidão do pensar
E no engano da partilha.
Eu assisto ao festim
Do teu corpo
E quando me tomas
Sou apenas a folha
Que um vento te trouxe,
Um perfume na vida
Que abandonas
Quando os tambores
Se calam.
E o teu ventre se cobre
Em mil espasmos.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, fevereiro 04, 2014
quarta-feira, janeiro 29, 2014
Cruzei-me esta manhã com a morte
Estava parada à minha esquina
Pediu-me boleia mas não lhe dei
Porque não tinha a barba feita
E cheirava a sexo. Não dou boleias
Quando cheiro a sexo.
Para a compensar pisquei-lhe o olho
Ela encolheu os ombros.
E acenou-me com os dedos
Descarnados.
Não gostei do gesto
E espetei-lhe o dedo do meio
-toma lá grande vaca.
Sorri, gosto de sorrir pela manhã
Manuel F. C. Almeida
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 16, 2014
Nunca chores um amor que partiu
Porque outros amores irão surgir
E se alguém de ti fugiu
Outro alguém te fará sorrir
Viver é um encandear de acasos,
Um enfrentar de esquinas ao virar
Uma surpresa em todos os passos
Que damos neste caminhar
Por isso não chores o passado
São só pétalas de eternidade,
Faz da vida um poema, um fado
E abraça sempre a liberdade.
Manuel F. C. Almeida
domingo, janeiro 12, 2014
sábado, janeiro 04, 2014
sábado, dezembro 28, 2013
O desejo não é feito de palavras
Nem de intenções que se criem
Nos olhos
É algo que cresce ao som da pele
E se reclama nos dedos e nos lábios.
Aspiramos no outro,
A vontade que se dá em crescendo
Às aguas de um rio que
Em nada se detém
O desejo é uma fonte de águas
Límpidas e turbulentas
Do qual a razão está refém.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, dezembro 24, 2013
Musica
Conhecer as notas
De dó a dó e todas
As outras.
Ouvi-las vezes sem conta,
Em milhares de tempos
E variações
Retomá-las, dá-las
Ao mundo.
E que o mundo crie
Novos tempos
Novas canções.
Manuel F. C. Almeida
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