Eu pertenço a um outro país que não o vosso, a um outro quarteirão, a uma outra solidão LÈO FERRÉ
sábado, março 01, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Nunca escrevo poemas de despedida
Porque todos os poemas são lugares
De chegada e de partida
Lamentos de almas que se quedam sós
Palavras e rimas que desatam
Nós
Nunca escrevo poemas de despedida
Porque as palavras nunca dançam sozinhas
E porque as frases são espelhos de vida
Retratos fixados nas linhas do tempo
Momentos parados, gritos de
Lamento
Nunca escrevo poemas de despedida
Mas todos os dias, desenho em poemas
O caminho, ignorado, da inevitável partida.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, fevereiro 18, 2014
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Na mesa, o lugar
Do afeto e do prazer
O teu corpo encantado
Ergue-se numa dança
Imortal,
Há séculos repetida
Na solidão do pensar
E no engano da partilha.
Eu assisto ao festim
Do teu corpo
E quando me tomas
Sou apenas a folha
Que um vento te trouxe,
Um perfume na vida
Que abandonas
Quando os tambores
Se calam.
E o teu ventre se cobre
Em mil espasmos.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, fevereiro 04, 2014
quarta-feira, janeiro 29, 2014
Cruzei-me esta manhã com a morte
Estava parada à minha esquina
Pediu-me boleia mas não lhe dei
Porque não tinha a barba feita
E cheirava a sexo. Não dou boleias
Quando cheiro a sexo.
Para a compensar pisquei-lhe o olho
Ela encolheu os ombros.
E acenou-me com os dedos
Descarnados.
Não gostei do gesto
E espetei-lhe o dedo do meio
-toma lá grande vaca.
Sorri, gosto de sorrir pela manhã
Manuel F. C. Almeida
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 16, 2014
Nunca chores um amor que partiu
Porque outros amores irão surgir
E se alguém de ti fugiu
Outro alguém te fará sorrir
Viver é um encandear de acasos,
Um enfrentar de esquinas ao virar
Uma surpresa em todos os passos
Que damos neste caminhar
Por isso não chores o passado
São só pétalas de eternidade,
Faz da vida um poema, um fado
E abraça sempre a liberdade.
Manuel F. C. Almeida
domingo, janeiro 12, 2014
sábado, janeiro 04, 2014
sábado, dezembro 28, 2013
O desejo não é feito de palavras
Nem de intenções que se criem
Nos olhos
É algo que cresce ao som da pele
E se reclama nos dedos e nos lábios.
Aspiramos no outro,
A vontade que se dá em crescendo
Às aguas de um rio que
Em nada se detém
O desejo é uma fonte de águas
Límpidas e turbulentas
Do qual a razão está refém.
Manuel F. C. Almeida
terça-feira, dezembro 24, 2013
Musica
Conhecer as notas
De dó a dó e todas
As outras.
Ouvi-las vezes sem conta,
Em milhares de tempos
E variações
Retomá-las, dá-las
Ao mundo.
E que o mundo crie
Novos tempos
Novas canções.
Manuel F. C. Almeida
sábado, dezembro 21, 2013
Tudo se passou num corredor sem fim
De um lado vidros, do outro
Imagens passadas.
De um lado o tempo presente
Do outro o tempo passado.
Ao fundo duas portas
Meio abertas
Ou meio fechadas.
E nós caminhávamos
Lado a lado
Com o olhar preso em frente
E os dedos das mãos entrelaçados
Num anuncio de amor que não
Se explica.
E parámos junto às portas
E olhámos nos olhos do outro
E escolhemos cada um a sua porta
Hesitámos um pouco mais
Tudo o que se seguiria seria
Para sempre
E eu nunca gostei de nada
Para sempre
É sempre tempo demais
E as imagens começaram a perder-se
E pelos vidros vi o temporal lá fora
Beijei-te as mãos
E segui o meu caminho
Para sempre
Sabendo que só a morte é para sempre.
Manuel F. C. Almeida
quarta-feira, dezembro 11, 2013
sexta-feira, dezembro 06, 2013
sábado, novembro 30, 2013
terça-feira, novembro 26, 2013
domingo, novembro 17, 2013
quarta-feira, novembro 13, 2013
INTERLUDIO POÉTICO
Regresso a ti
Neste desejo que me impele
Na procura dos teus lábios
No encanto dos teus seios
No espasmo do teu ventre
No perfume do teu sexo
Regresso a ti
Em cada canção escrita
No vento.
Manuel F. C. Almeida
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