Que terei de tirar mais de mim
Para indicar que nada sei
Se as duvidas nunca terminam
Que será de mim, que farei?
Olho em frente e o que vejo
São tantas gentes diferentes
A apontar-me horizontes
De futuros e de presentes
Sempre inflamados pelas certezas
Dos seus infalíveis caminhos
E eu na duvida que me consome
Lá vou dando os meus passinhos
Porque o sol não vai morrer
Nos anos de vida que espero
Deixai-me ser como sou
Pensar aquilo que quero
Lutar se for tempo de agir
Amar se for tempo de amar
Mas não me apontem caminhos
Não me queiram doutrinar.
Porque aceitar como certo
Qualquer que seja a razão
É transformar o pensar
Em simples religião.
Manuel Almeida