sexta-feira, dezembro 06, 2013





















Procurei-te na madrugada
Dos tempos
Nas folhas caídas
Da memória
No canto infindável
Das aves
Nas palavras e letras
Que devagar
Soletrei

Mas tinhas partido
Nas asas de um vento qualquer…
De um vento que não encontrei



Manuel F. C. Almeida

sábado, novembro 30, 2013















Toda a poesia que escrevo
É envolta de silêncios e mistérios
Ficará depois de mim eternamente
Presente, sem código para a decifrar
Sem espaço onde viver
Sem sonhos para cantar
Serão apenas as palavras
De quem se recusa a morrer
Acompanhado.

Manuel F. C. Almeida

terça-feira, novembro 26, 2013


















Passa o tempo
E outro tempo
Vai passando.
Faz-se do sonho
Um engano,
No tempo que a gente tem.
Dia a dia vai
Passando,
O tempo que nunca
Se alcança,
Ficam apenas na
Lembrança
Os dias em que o viver
Nunca deixava que tempo
Passasse sempre a correr.


Manuel Almeida

domingo, novembro 17, 2013



Tenho um caminho secreto


De giestas e loendros

Nas margens do teu olhar

Tenho um caminho secreto

Que desenhei no teu corpo

Numa noite de luar.



Manuel F. C. Almeida

quarta-feira, novembro 13, 2013

INTERLUDIO POÉTICO




Regresso a ti

Neste desejo que me impele

Na procura dos teus lábios

No encanto dos teus seios

No espasmo do teu ventre

No perfume do teu sexo

Regresso a ti

Em cada canção escrita

No vento.



Manuel F. C. Almeida

quinta-feira, novembro 07, 2013

O segundo da série não aconselhável



Ode às gajas boas e de boas mamas.



Sentei-me e pedi algo para beber. Uma tipa boa e de mamas tesudas trouxe-me uma cerveja. Bebi-a de um trago. E a tipa boa e de mamas tesudas sempre a olhar para mim. Gostei da atitude dela. Um gajo gosta sempre de ser o centro das atenções de gajas. Em especial se tiverem tetas grandes. E não me venham com conversas de merda, sobre o machismo e o meu modo de avaliar as gajas. Porque quase todos pensam como eu. Salvam-se os paneleiros, os papa-hóstias ( e não são todos) e aqueles jovens a quem a educação maternal limitou a honestidade animal e mesmo esses acabam por se libertar e um dia olhar para uma gaja e dizer ou pensar

- Que belo par de mamas.

Eu sei que as gajas não gostam de ser olhadas assim. Querem que as tomem por algo sério. Mas existe algo mais sério que a honestidade dos instintos? Ou acaso não pensam elas o mesmo quando olham um gajo que lhes enche o olho e as medidas?

Pois nós agora somos “ seres sociais” empenhámos o que somos a troco da vida miserável que nos dão, cheia de leis e regras de comportamento. Porque a espécie tem de obedecer às regras da vivência em grandes comunidades chamadas nações. Mas no segredo do seu pensamento só a castração cultural nos impede a liberdade. E eu gosto de gajas boas e de mamas tesudas a olharem para mim. Dão-me tesão. E a elas que lhes dará tesão?



Manuel F. C. Almeida

sexta-feira, novembro 01, 2013

1º Poema ( ou tentativa) de uma série pouco recomendada a seres muito sensiveis



Outra face, outra viagem


Outro corpo, outra massagem

Casa de banho, chinelos

Um pijama, um roupão

Uma cona com cabelos.

Outra mão.



Uma cama preparada

Uma mulher desvairada

Um toque nas mamas

Um sexo molhado

-diz que me amas…

-Só o quero entalado



Perdi o tesão

Não fazia sentido

Ser um vibrador

Privativo.



Olhei-a de lado

E sem nada a dizer

Agarrei-lhe a cabeça

E pu-la a lamber.



Afaguei-lhe os cabelos

Apertei-lhe os mamilos

Olhou para mim

Enquanto chupava.

Quase me vim

Enquanto a deixava.



Virei-a de costas

Apontei-lhe o sardão

- nem penses nisso

Meu grande cabrão.



Mal ela falou e sem piedade

Empurrei o pilão cheio de vontade

Ouvia-a gritar;

- meu filho da puta agora não pares.

Dei-lhe umas estocadas

E sem me deter

Ouvia gritar

- tu pões-me a arder.



E num arrepio que não tinha fim

Disse-lhe ao ouvido

- já me vim.



Limpei o caralho ao lençol.

Olhei a janela.

 Lá fora

Estava um dia lindo de sol.



Manuel F. C. Almeida

segunda-feira, outubro 28, 2013




Vinquei o vivo da cor

Numa onda de sentir.

Flor de areia com odor

Chama solta a sorrir

Numa fogueira calor

Num beijo a descobrir



E se libertares os instintos

Serás uma planta a florir.



Manuel F. C. Almeida



domingo, outubro 20, 2013





















Procurei-te nos cantos
Escondidos da memória
Nas palavras livres
De um qualquer poema
Sem nome
E no fim tu já não estavas
Tinhas partido
Na bruma dos dias
E na penumbra
De um inverno
Esquecido.


Manuel F. C. Almeida

domingo, outubro 13, 2013





















Percorri o trilho
Do teu ser
Nos versos ondulantes
Da maré
Mas foi em vão o caminhar
Por entre estrofes
Que se escondem do olhar

Porque há nos teus olhos
Um mundo encerrado
Do mundo.


Manuel F. C. Almeida

quarta-feira, outubro 09, 2013


Nesta vertigem de fogos

Corporais

A sede mata-se nos

Lábios

Quando deles brota o

Néctar

Que nos convida a tomar

Os corpos

Ao som de violinos

Naturais

Que os sentidos têm como

Sábios.

No momento em que o prazer

Faz encontrar

A certeza que no fundo

Não somos mortos.



Manuel F. C. Almeida

domingo, setembro 29, 2013



Solta o medo


Não o cales

Não deixes que

Ocupe os espaços

Da alma.

Esse é o teu território

O teu segredo.

Não deixes que o tomem

De assalto

E grita, grita sempre

Bem alto

Que um homem só

Se faz homem

Quando levanta a cabeça

E num grito de coragem

Liberta o medo

E solta no mundo

A liberdade.





Manuel almeida



domingo, setembro 22, 2013














Nada pior que estar em espera


Por alguém que nunca vem,

É um ficar que desespera

Um adiar do horizonte,

De quem num amor se detém.


Manuel F. C. Almeida

domingo, setembro 15, 2013




Sentir os tempo ocos

O prenhe dos campos

E adormecer na manhã fria


As mãos e as palavras

Quatro pontos cardeais

Quatro cardeais perdidos

A esperança que se não tem

Nem nos campos mais floridos


Olho as plantas que despidas

Não têm moral ou pudor

É assim que são sentidas

Num sentimento sem dor

E nuas se dão vestidas


Os lábios roubaram-lhe a cor


Num qualquer corpo que se perde,

Um desejo multicor

E o querer que se reprime

Descobre um dia por fim

A liberdade em valor


Manuel F. C. Almeida

domingo, setembro 08, 2013

Que terei de tirar mais de mim

Para indicar que nada sei

Se as duvidas nunca terminam

Que será de mim, que farei?



Olho em frente e o que vejo

São tantas gentes diferentes

A apontar-me horizontes

De futuros e de presentes

Sempre inflamados pelas certezas

Dos seus infalíveis caminhos

E eu na duvida que me consome

Lá vou dando os meus passinhos

Porque o sol não vai morrer

Nos anos de vida que espero

Deixai-me ser como sou

Pensar aquilo que quero

Lutar se for tempo de agir

Amar se for tempo de amar

Mas não me apontem caminhos

Não me queiram doutrinar.



Porque aceitar como certo

Qualquer que seja a razão

É transformar o pensar

Em simples religião.



Manuel Almeida



segunda-feira, setembro 02, 2013

















A insondável criação
Das flores
Elimina o género
As letras criadas
No acontecer dos corpos
No avanço da luxúria
Queda-se
Na memória do tempo,
Neste ser quase não ser
Em que o viver se resume
A um breve momento.



Manuel F. C. Almeida

quarta-feira, agosto 28, 2013


Não tenho o eterno

por verdade

Muito menos como certo

o imutável

Nos meus olhos paira

sempre a liberdade

Numa vida que é

mudança inevitável.

Negar esta razão que

se faz vida

É negar o real

de acontecer

É esconder a universalidade

sentida

A mola mestra do

que é viver.


Mudar é algo sempre

presente

Em todo o universo

temporal

E só quem da vida

está ausente

Constrói cadeias

de moral.

Então se nada na vida

é eterno

Se tudo na vida

é mudança

Saibamos manter o

olhar terno

E abraçar o mundo

com esperança.



Manuel F. C. Almeida



sábado, agosto 24, 2013

















Criamos a coisa no sentido figurado
Das palavras.
Dentro dela a luz da sua essência
Fica livre.
Na leitura desenhamos os seus
Contornos.
Damos-lhe a forma de um conceito
Universal

E no palato toma novo gosto à medida
Do acontecer

Até a morte tem sabor.


Manuel F. c. Almeida

sexta-feira, agosto 16, 2013


E os olhos


Que não vejo

E as mãos

Que não conheço

Rasgam-me

O silencio

Pausado na mente.

Num grito

Que enlouquece

O ser que em mim

Está em constante

Em agitação

Nas aguas

E em permanente

Descoberta

De novos trilhos.



Manuel Almeida

domingo, agosto 11, 2013



















Tudo o que se assemelha
A um sinal de vida
É a descoberta das
Amarras guardadas
Num baú
Algures no mundo
Num local secreto onde
Pulsam os temores e os amores
E onde o sangue teima em pulsar
Num erotismo da pele
Com sabor a oceano.

A brisa é fresca e
Os muros erguidos são paredes
De velhas casas.
Paredes grossas onde a musica
Se faz ouvir suspensa da memória
De quem abraçaram.
Das trombetas de Jericó
Às liras de Roma
A toda a música se dão corpos.
Amantes esquecidos dos vivos;
Amantes da história

Sem medo abri a porta e tomei
O tempo
Sem medo fiquei só
Aos pés do mundo e da memória
Eterna dos amantes


Manuel F. C. Almeida