quinta-feira, fevereiro 11, 2016

















Eu sou a noite e o dia que lamentam
A vida que lhes corre nos olhos
Sou uma rajada vento e uma tarde de acalmia
Que se unem e levantam numa nuvem de pó
Sou o frio e o calor que nos tomam
As carcaças esqueléticas num arrepio
De frio e de febre

Eu sou o que sempre fui e nunca quis ser
Vencido e vitorioso de um mundo de enganos
Sou caminho e precipício numa arriba qualquer
E pacientemente pinto o meu quadro
De fugas e ilusões.

Sou tudo o que quiserem que seja
Mas nunca saberão o que sou.


Manuel F. C. Almeida

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