sábado, outubro 31, 2015



ELEGIA











Lentamente olhamos o outro
Cansados até de respirar
E o universo de perfumes exalados
São fogos-fátuos ao luar.
E com a noite os silêncios caem
E no silêncio uma canção faz-se soar
Com uma letra sem palavras
No compasso do respirar
E lentamente nós damos as mãos
Sem chama, sem brilho, sem cantar
E as mãos clamam pelos corpos
No desejo a saciar

E finalmente os corpos adormecem
Embalados neste caminhar
E da dádiva dos corpos
Fica o vazio de se ter dado, sem se dar


Manuel F. C. Almeida

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