quinta-feira, dezembro 25, 2014



Tremo pelo frio que vai passando
No corpo nu, despido e transparente
Que dei de modo livre a um sonho
Que foi só sonho, nunca presente

E ao acordar olhei-me assustado
Tudo não passava de fresca ilusão
E atrás de mim, num leito de rio
Nem águas vivas, nem sol de verão

Apenas areia e seixos perdidos
Pedaços de vida aqui e ali
Momentos que o tempo comeu
Ausência de mim, ausência de ti.

E nesta lenta morte em vida
Neste silencio de gritos instalado
Vamos morrendo pouco a pouco
Cada dia mais sós, lado a lado.


Manuel F. C. Almeida

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