sábado, dezembro 22, 2012
















Sinalizei o silêncio como um tratado

Entre o estar e o não estar.

Entre palavras que, de luz,

Seriam o palco onde os personagens

Se transformavam em flores ou simples

Objetos de uso comum, conformados

Com a sorte que lhes calhou.

Mas sinalizei o silêncio no momento em

Que o silêncio se quebrou, não por se quebrar

Mas unicamente por continuar a ser silêncio

Nos sentidos.

A meu lado o sonho esfumou-se, como a água

Das ondas se vai por entre a areia da praia.

Talvez uma nova onda seja maior e traga mais

Água, talvez a areia da praia fique impermeável

Mas o silêncio cavalga agora as ondas

E o olhar perde-se na imensidão de um oceano

De duvidas que rebentam na praia e

Nela depositam corpos… em silêncio.



Manuel F. C. Almeida

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