quarta-feira, fevereiro 01, 2012



















É nos vestígios da terra
Que me encontro nu
A razão adormece
Acordada a guerra
E o sabor a sangue cru

Mergulho nas águas
Gélidas do oceano.
Despedaço a pele
Porque estou sujo
Da vida, ano após ano.


As asas que roubei a Ícaro
Deram-me a ilusão de voar
Mas só sobrevivem
No meu pensamento
E na voz das sereias que ouço cantar

E nos olhos que tenho
Deixo que o fogo renasça
E se aviva e cresça
Como se fora vivo
E sendo vivo se refaça.


Manuel F. C. Almeida

2 comentários:

Rute disse...

...e não será dentro de nós que tudo se passa? Ou antes, que tudo começa ?

Não tenho comentado mas passo sempre porque gosto muito da maneira como escreves e daquilo que escreves, mas apetece-me sempre retorquir...o que por vezes se torna difícil!

1 beijo

sagher disse...

A minha idéia é que o poema lido ganhe nova vida quando alguém o lê, o prazer que sinto na escrita é o mresmo que sinto no momento em que leio outras interpretações. São elas que dão nova vida ao que escrevi.

obrigado pela atenção

beijo