quarta-feira, agosto 24, 2011

















Crescemos no sonho da unidade,

Uma unidade plena e uníssona

De nos fundirmos com “um outro”

Numa peça resistente ao tempo

E às intempéries do viver.

...Crescemos e não damos conta

Que afinal a unidade por si

É unicamente negação do “eu”.

Um subsumir da existência

Nas brumas gélidas da

Tradição em que crescemos.



A unidade sonhada é arma

De arremesso contra a felicidade,

Levamos meia vida nessa procura

E outra meia vida nessa miséria

E nunca nos permitimos ver

Com olhos de ver e de sentir

Como seria o mundo sem

Propriedades privadas ou

Amores jurados para sempre

Que nunca se cumprem



Amar é liberdade, uma liberdade

De o fazer em cada momento

Como se nunca tivéssemos amado.

E isso é unicamente ser livre

E deixar livre quem nos ama.



Manuel F. C. Almeida

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