Eu pertenço a um outro país que não o vosso, a um outro quarteirão, a uma outra solidão LÈO FERRÉ
sábado, julho 23, 2011
Prisioneiros da cegueira,
Nesta procura constante
Do “eu” que um dia perdemos
Não encontramos quem fomos
E muito menos quem somos
Porque já nada sabemos.
Por vezes somos só um
De outras vezes somos tantos
Que o encontro com nós mesmos
E como chuva de verão
Que apenas dá a ilusão
De mudar sem que mudemos.
Porque a mudança dói sempre
Como um parto natural
É arrancar um pedaço
Daquilo que o mundo nos deu
E que em nós sempre cresceu
Como diamante, como aço.
Verdades “inabaláveis”,
Tradições que são seculares,
Vincadas dentro do “eu”
Que destroem o que somos
E destroem quem já fomos
E que quase já morreu
Mas é tempo de quebrar
As barras das nossas celas
Libertar a “nossa história,
Destas amarras de tempo,
Deixa-la fluir no vento
Viver em pleno e em glória.
Manuel F. c. Almeida
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1 comentário:
Muito bom!... Com um embalo suavemente sinuoso entre o "eu" que se pressente e... o outro que não se ausenta!... Um desatar do nó cego de uma grossa linha corrompida, elo de ligação do e no melhor sentido das consciências!... E a liberdade tão perto, no pensamento de quem fomos e já não temos a certeza de ser!...
A procura continua no próximo nó das consciências atadas!...
Bom fim de semana
Abraço
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