Queimo em mim os restos do que sou
Devagar teimosamente sem pressas
No espaço livre desenho canteiros
Com tulipas, cravos e amores imperfeitos
A terra alimenta-se das cinzas
E as flores descobrem-se como diamantes
Faço colares de flores vivas
Que me limito a unir, sem as colher
Dos lábios soltam-se pequenas
Gotas de vida e saltam rubis do olhar
E na escuridão do universo, algures
E em segredo há uma estrela a cantar
Manuel F. C. Almeida
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