quinta-feira, maio 19, 2011



Eu vivo só, mas assustado
Pela multidão que me rodeia.
Se falo olham para o lado
Se me calo... sou só areia.
Por tudo vivo inanimado
Preso ao mundo que fechei
É lá que sou escutado
Foi lá que me criei.
Nas margens do ser e do não ser
No único local onde existi
Faço a vida acontecer
Sei que ainda não morri


Manuel F. C. Almeida


4 comentários:

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Não morreste,
Nem morrerás tão já.
Tua presença viva está
- Bela como um cipreste.

Pega teu mundo
Na palma de tuas mãos,
Como pegarias um pão,
Dize: "De ti é que me inundo".

No fim das contas,
Terás cultivado o teu ser
Mesmo em meio aos destroços,
Para assim ele não desaparecer.

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Continua sempre a nos iluminar com a tua presença, poeta. Às vezes também eu me assusto diante do que me é alheio. A poesia é sempre um consolo. Bom fim de semana, au revoir.

Nina Pilar disse...

Que dizer pra ti que o próprio tempo não diga...
adoro este lugar em qq tempo!
abraços
Nina

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Passei para ver se já havias atualizado. Pelo não o teres feito, sou obrigado a contentar-me com os versos já postados... ah, ansiedade!

Pinecone Stew disse...

WONDERFUL illustration !

Have a super weekend.