segunda-feira, maio 30, 2011




Elegia social



Nada pode já pintar
As cores do corpo em tédio
A indolência da vontade
Ou as simples palavras
Mudas que guardas
Dentro de ti.

Longe, nada pára o desejo
Ou o momento em que tudo
É belo e as pessoas se apresentam
Como aves do novo mundo
Entre plumagens de mil cores
E o cheiro a novidade.

Então porque não falas
Ou cantas os segredos
Da alma? Não há cobranças
A fazer e o preço a pagar
É tão baixo que não merece
Os juros do silêncio.

Não! Não queiras um teatro
De marionetas como palco
De vida, um presente indolente
Em que tudo se resume a
Uma plateia de aplausos
E um objecto decorativo.

Manuel F. C. Almeida

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