domingo, março 13, 2011
















Era tarde na avenida da liberdade
Artistas desconhecidos deambulavam
Na sombra secreta das árvores.
As putas percorriam a calçada
De cigarro na mão e saia curta.
Um bêbado dormitava num banco
Indiferente ao som constante dos carros.
A polícia percorria de carro a avenida
Na ânsia doentia do acontecimento
Inesperado da função.
Impecavelmente vestido o desconhecido
Percorreu a avenida, trocando olhares
Com as putas, com o bêbado e com a polícia.
Cansado, sentou-se num banco
Podre pelos dejectos dos pombos…
Como é bela a avenida da liberdade
Em part time.

Manuel F.C. Almeida


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