E a olhar o teu olhar eu não me via
No reflexo vivo dos teus olhos
E a seguir-te os passos eu não seguia
O estranho mundo dos teus sonhos
E assim desbravámos este caminho
Estranhos no ser, estranhos no estar
E na nudez dos corpos bordámos a linho
As letras do verbo que se diz amar
Mas os olhos e o verbo sempre revelam
A verdade que se teima em esconder
E os dias que passam sempre desvelam
Os segredos guardados dentro do ser.
Manuel F. C. Almeida
foto Alexandre Grand
1 comentário:
Os olhos!! Esses olhos. Estes olhos. Nossos olhos. Que sentem mais que veem e sentindo, refletem-se em outros olhares e não há verbo que se omita, porque os olhos, decifram o mistério.
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