segunda-feira, julho 26, 2010




















Eu sempre quis inventar
Palavras.
Palavras com roupas diferentes
Do corpo.
Palavras que ditem segredos
Inconfessáveis
Aqueles segredos que vivem
Teimosamente dentro de nós
Que respiram o nosso ar
E os nossos sonhos
Que cintilam como aves
Nos nossos olhos.
Palavras simples que se
Escondem dos olhares
Alheios e da incompreensão
Egoísta do ego.
Palavras que nasçam
No mais puro recanto da alma
E se proclamem
Em silencio
Eu sempre quis inventar
Palavras.
Palavras com sentido
E sem ele
E que um dia se libertem
Num sopro de vento
Ou nas asas da imaginação.
Palavras de excessos
Ou de contenção
Onde o teu nome seja apenas
Um conceito da saudade
E as letras
Pétalas de um flor por recriar
Eu sempre quis inventar
Palavras
Para um dia te cantar.

Manuel F. C. Almeida





fotoAntónio Stª Clara

4 comentários:

Ana Camarra disse...

E o que são as palavras se não roupas, que revelam apenas e só o que se quer e o que se tem coragem?

Beijo

Fátima disse...

E que bem inventas as palavras! Gostei muito.
Gostei também da mudança do layout, continua preto como gostas, mas foi uma boa escolha.

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Palavras são tudo, ou também podem ser nada... mas sem elas não se vive.

Gostei de conhecer teu blogue, já faz meia hora que estou aqui, e me surpreendo com a profundidade dos versos e das reflexões outras que encontro cá.

Parabéns.

Félicitations pour ta manière d'écrire, si jolie... et aussi les images sont belles.

Au revoir.

Vittoria disse...

Parabéns pela forma como consegue "cantar" a mulher. Poucos poetas o conseguiram sem cair na vulgaridade.