domingo, outubro 11, 2009















Quantos meses se perderam no olhar?
O tempo no seu movimento
Teima em nunca parar.

E longe das multidões, dentro de mim escondido
Teimo em me procurar
De um tempo em que sou foragido.

Fujo de mim, do passado
Mais por hábito que por gosto
Sou ave de arribação, sou filho de todo o lado.

E faço a viagem sózinho
Com gente que me rodeia
Mas ninguém me ouve andar, é só meu este caminho.

Cruzo vales e montanhas
Riachos, ribeiras e rios,
Faces de que me recordo mas sempre faces estranhas

E quando regresso ao meu cais
E agarro as minhas memórias
O tempo tratou de fazer todas as horas iguais.

Manuel F. C. Almeida


foto: SAGHER

1 comentário:

Almavoadora disse...

Adorei!!!! :)