segunda-feira, março 12, 2007


-está deliciosa e por favor trate-me pelo nome, os títulos servem aos medíocres para se destacarem. – Disse. Simultaneamente fixei o olhar nos lábios. Bem desenhados, deliciosamente bem pintados, que me sorriam como um farol. De repente fui invadido pelo cheiro dela. Era natural, um cheiro de mulher inesquecível. Ela também percebeu e a sorrir perguntou baixinho com um sussurro de fazer arrepiar:
- que se passa Manuel? Sente-se bem?
A Isabel viu a forma nervosa como mexia as mãos e o olhar do dono da casa.
- Tem juízo, ainda te recordas do Rodrigo. Desapareceu por estes sítios. – disse-me ao ouvido.
Recordava claro. O Rodrigo tinha sido colocado no campo arqueológico anos antes. Depois de viver cerca de dois anos naquele local. Desapareceu misteriosamente. Nunca foi encontrado corpo. Na altura tinha 27 anos, era um rapaz alto, bem constituído. Gostava de alpinismo e montanhismo, coisas que cultivava com prazer e destreza. Recordava que tinha corrido o boato de que o seu desaparecimento teria algo a ver com questões de mulheres. Fiquei na altura um pouco surpreso. Era um indivíduo pacato. Trabalhador, quase obsessivo nesse campo. Nunca o imaginei d. juan e Nunca me conformei com aquele facto. Aliás um dos motivos que me tinham levado ali era o Rodrigo. Ou antes o seu misterioso desaparecimento.

3 comentários:

Bartolomeu disse...

Ora viva, meu amigo Sage, seja bem regressado. Andou a revisitar locais de saudade?
Tem razão... não é da inha conta, remeto-me à mà place.
hehehehe
Agora vou fazer um curto comentário ao post... deixa-me colocar uma músiquinha de fundo, tipo filme de Hitchcock... já está.
Diga-me la o amigo assim aojeito de confidência... está convencido que foi o presidente da câmara que mandou "abafar" o Ricardo?
Ou... será a esposa do mesmo... a dos atractivo lábios carmim que se vai revelar uma verdadeira "devoradora" de homens?
Claro que não vai responder, isso iria quebrar o "balance" do conto, mas, para que conste, vou ficar aqui, sentado, sem comer nem beber até ser desvendado o mistério do desaparecimento do Ricardo.
Está decidido!
hehehehe
Um abração Sage, obrigado pelo regresso, já estáva farto de não ter ninguem com quem escrever.

sagher disse...

amigo bartolomeu, espero que nao faça o que diz. isto ainda demora a andar e vai ter tanta reflexão que o que parece pode ser e nao ser. e se for será de imediato superado. um movimento hegeliano que vou tentar aplicar à escrita, sem pretensiosismos nenhuns acredite. um abraço e bom trabalho, enquanto o tivermos.

Bartolomeu disse...

Hmmmm.
penso que entendi, o meu amigo está a seguir a filosofia de Jorge Guilherme Frederico Hegel, para estruturar o desenvolvimento dos seus textos, fazendo assim com que a atenção dos leitores fique presa nos conceitos de tese e antítese, antes que se chegue à síntese.
Pois fique sabendo, agora é que eu não arranco o rabo da cadeira, nem que me empurrem.
hehehehe