quarta-feira, novembro 22, 2006




















Nos últimos dois meses escrevi quase diariamente neste local. Era o meu confessionário, o local onde deixei as minhas mágoas, as minhas lágrimas, as minhas alegrias e tristezas. Durante dois meses recebi de muitos manifestações de carinho e amizade que a todos agradeço. Mas o texto de Miguel Sousa Tavares deu-me talvez a real percepção do que sou. O texto e infelizmente a minha saúde que se agravou nas ultimas horas. Vou começar um ciclo na minha vida que se não compadece com o que a alma sente. O que me acontecer não será publicada aqui. Aliás nada mais penso publicar.
Não vou nomear nomes, os que se manifestaram de forma sincera sabem o quanto lhes agradeço. Os que o fizeram para auto justificar as suas atitudes, e foi apenas uma pessoa que o fez, não terão mais que justificar o que quer que seja. A todos liberto da minha presença por uns tempo.
Na vida tudo passa meus amigos, guardamos as mágoas em caixinhas e catalogamo-las. Guardamos tudo e em tudo colocamos um rótulo. Somos arquivistas da memória, arquivamos sentimentos, pessoas e equívocos. Muitas vezes o que nos motiva são coisas estranhas.
Eu não tenho poder, não tenho um título, não sou um misto de Zeca Afonso, nem de outra coisa qualquer. Nada sei sobre a protohistória ou sobre como gerir o que quer que seja, nem a mim mesmo eu sei gerir. Sou apenas eu, um português anónimo no meio da multidão. A minha história de vida é pobre. Nunca decidi sobre a vida dos outros, nunca movimentei interesses ou poderes quer para o bem quer para o mal. E ainda bem. Nada me pesa, e agora isso poderia ainda mais complicar a minha vida.
No fundo, como já se devem ter apercebido, não passo de alguém profundamente magoado com a vida que deitei fora, não estou magoado com mais ninguém senão comigo mesmo. Por um eldorado que nunca tinha visto, deixei uma vida, acreditei em futuros construídos de nada e pago agora, quer na saúde quer no espírito, o preço da minha ousadia em querer ser feliz. Mas se não ousarmos será que vivemos?
Ousar é talvez o que resta a todos nós, ousar amar e ousar ser amado é sem sombra de dúvida o que de mais belo podemos fazer na vida. Umas vezes perde-se, outras ganha-se mas quer numas quer noutras a frontalidade é sempre a única forma de ser honesto. Dizer amo-te e dizer já não te amo, nem sempre é simples. Muitas coisas acontecem dentro de nós, mas se o dissermos com respeito por nós mesmos e pelo outro, fazemos o que minimamente se deve fazer em nome do tempo que tivemos o outro ao nosso lado.
E quando assim não é, quando o outro deixa para que sejamos nós a descobrir a verdade, a descobrir que já não somos o centro do seu pensamento, a mágoa torna-se infinitamente maior. Afinal nem só de traições físicas vive o cérebro humano. A que mais nos atinge é a falta de verticalidade e honestidade e essa manifesta-se nas atitudes, nos silêncios e na hipocrisia com que as pessoas, a quem por vezes demos tanto, nos retribuem no fim dos ciclos. Existirá que leia este texto e saiba que eu, quando achei que era hora, as olhei nos olhos e lhes disse ser tempo de parar. Existirá quem leia ( ou se aborreça antes) e entende que parte dele lhe é dirigido. Não! Este texto é apenas um texto, se ele atingir alguém será mais pela consciência do que pela realidade.
Por fim que todos saibam que não guardo ressentimentos, mágoa sim isso guardo. E que desejo a todos, sem excepção, a maior das felicidades.
Os que sentirem a minha falta podem sempre deixar mensagens ou enviar emails.
O sagher vai deixar de existir por uns tempos, e talvez quem sabe para sempre. Este blog será o testemunho de que existi. Como dizia o Poeta “ confesso que vivi”
A todos obrigado.

8 comentários:

Anónimo disse...

Um grande beijo à pessoa mais especial que cruzou a minha vida ultimamente.Terei muitas saudades.

Anónimo disse...

Um "adeus" nunca ... sim "até breve" ... entretanto vou sentir a tua falta.
Sei que nem sempre concordamos, mas ser-se amigo não é dizer sempre "amen".
Beijo com aroma a maresia

Maria Arvore disse...

Queres um cházinho de limão?... ;)

Desculpa a ironia mas tu tens força e o mais importante para continuar é acreditar. :))

Pára de escrever para retemperar as forças se isso te ajuda e deixa que te diga que não é um "dê-erre" antes do nome que altera coisíssima nenhuma porque na maior parte das vezes, são as pessoas ditas normais que possuem tantas coisas diferentes que deslumbram.

Como se costuma dizer, até ao lavar dos cestos é vindima e por isso, não desistas de ti, caramba!

Anónimo disse...

meus olhos choram pk um amigo kerido desistiu de lutar pelo direito a viver...
Meu solhos choram pk sou rebelde e não admito k se desista sem lutar...
meus olhos choram pk quando eu estava triste ele me fez sorrir...
não desistas a vida ainda tem mtas surpresas para te dar...
não desistas...para podes me conhecer...
meu amigo,meu poeta,mt mt querido...

Anónimo disse...

Continuo à espera do nosso jantar na Ericeira...
Muitos beijos doces!!!
Alice (barbie)

Anónimo disse...

Fiquei triste, porque nunca pensei que ao pedir-te para leres um texto, fosse encontrar esta tua decisão depois. A nossa vida não é estanque, necessitamos da colisão com outras vidas, nisso está a essência de viver. Não gostaria de «ficar» sem ti... Estava a acostumar-me a ter-te «aqui» ao fim do dia, mas respeito. Espero que tudo corra bem.

Beijos

sagher disse...

a toidos os meus amigos que aqui postaram, quero agradecer a gentileza, mas parece que alguém tomou o meu post como forma de ludibriar as pessoas e das manipular. nao é essa a minha intenção acreditem

Anónimo disse...

adeus poeta, adeus amigo. faz o que tens de fazer, mas nao sejas injusto para contigo e para a mulher que amaste. sabes, por vezes nao é uma questão de corajem é uma questão de amizade. talvez ela te quira tanto enquanto amiga que nao quisesse ver-te a sofer no momento da partida. será cobardia nao desejar ver um amigo a sofrer?
alguém que , pelo que contas, viveu uma ventura tao bonita contigo. nao estragues essas memórias com momentos de raia e de despeito